Por Que Não Damos Mais Ofertas ?

segunda-feira, 29 de março de 2010


Pr. Kerlon Wolff

Sempre que falo sobre Ofertas e Dízimos do Púlpito, procuro salientar a diferença na aplicação de cada um deles: Os Dízimos se destinam a alcançar pessoas para a Salvação, porque sustentam os que se dedicam à pregação do Evangelho (1 Co 9:4-14). Já as ofertas se destinam à Manutenção da casa de Deus, na Igreja Local, incluindo despesas mensais, contas, prestações, equipamentos, projetos de construção ou reforma etc. Mesmo a Construção de outras Igrejas, Sedes Administrativas ou outras Instituições recebem apenas Ofertas, nunca dízimos. Costumo dizer então que as ofertas alcançam, em última instância, meros objetos inanimados, que embora úteis em si, não vão para o Céu quando Jesus voltar. Percebe a diferença? Isso explica porque o dízimo é enviado para a Associação e a maior parte das ofertas fica na Igreja Local. Mas então me pergunto: isso me dá o direito de achar desnecessário dar Ofertas? O sistema de Distribuição dos recursos na Igreja Adventista é muito bem organizado, garantindo que todos os setores da Obra sejam atendidos. Mas a grande questão está na motivação para dar ofertas. Tem que ser de coração, voluntariamente e com Alegria, não por coação, obrigado, ou pela força. Isso seria inaceitável para Deus. É preciso dar. Sem pena, medo, ou desconfiança. Aí está a diferença entre uma oferta aceitável para Deus e uma que Ele recusa: “porque se há boa vontade, será aceita conforme o que o homem tem, e não segundo o que não tem.” 2 Co 8:12. Pensando no assunto, resolvi fazer uma lista de motivos pelos quais os membros não dão ofertas na mesma proporção que dizimam:

a) O assunto é mal divulgado. Isso não quer dizer que não seja falado, mas é o modo como é tratado: Sempre a mesma leitura de Malaquias 3:8-10 revela pouca ou nenhuma preparação dos que fazem a leitura de púlpito. E fazer as coisas de última hora não contribui para o crescimento da Igreja. Para resolver isso a DSA oferece os CD´s de Leitura de Púlpito, para serem transmitidos no 3º. Sábado de cada Mês. Então me Pergunto: estamos nos preparando de verdade para tocar nesse assunto?

b) Falta Treinamento. Cada ano há um Encontro de Tesoureiros que treina e capacita esses cargos para desempenharem bem o seu trabalho. Mas nem sempre esses Tesoureiros ou auxiliares se prontificam a ensinar os membros sobre como proceder. Muitos tesoureiros não sobem jamais ao Púlpito para pregar. O que Fazer? Precisamos treinar e ensinar aos membros como preencher o Guia do Doador, cada espaço, seu Código, o modo de Assinar, para garantir completa transparência no processo de recibos e comprovantes. 10 de Abril está aí, tesoureiros. Que tal fazermos o dever de casa antes que o professor diga? É responsabilidade de cada membro doador, dizimista e pactuante, saber preencher corretamente seu guia de distribuição. E esse assunto deve ser tratado no sábado mesmo. Não gasta muito tempo, e resolve muitos problemas.

c) Falta Transparência no Uso dos Recursos. Este é um ponto delicado e altamente subjetivo, mas pode determinar grande parte da desmotivação dos membros para ofertar generosamente. Quando se preenche corretamente o Guia de Distribuição, nenhum oficial da Igreja, nem comissão alguma poderá desviar para outro uso aquilo que o Membro destinou, assinando tal documento. E para que o doador saiba onde foi usado o recurso, e se foi realmente usado para aquele fim ou departamento, todo tesoureiro deve prestar contas mensalmente à Igreja. Isso não demora mais que 10 minutos\Mês. Se a Igreja não é informada sobre o destino e aplicação dos recursos, naturalmente ficará receosa de contribuir. Outro agravante é o uso dos recursos sem a aprovação da Igreja. Toda saída de caixa, exceto para pagamento de contas regulares (despesas fixas) ou itens já votados anteriormente, deve ter a recomendação da Comissão da Igreja e o Voto da Igreja, através da Leitura de Ata. Nada é mais desanimador do que dar uma oferta para um departamento e ver que o dinheiro foi usado para outra coisa, sem sequer a Igreja ter sido consultada. E Isso acontece de vez em quando!

d) A Igreja se acostumou a doar somente através de Campanhas. A solução para esse costume está no Pacto , doação sistemática mensal regular, que garantirá à Igreja uma projeção segura de entradas e a possibilidade de um Orçamento. Quando atendemos a Campanhas, paramos de dar logo que a conta foi paga. Mas isso não é bom. É preciso ter um Pacto com Deus. Via Tesouraria. Já falamos sobre isso, alertando sobre o perigo de gerenciar recursos fora do movimento registrado do caixa da Igreja. Sem nenhum tipo de comprovante, muitas congregações gerenciam somas consideráveis de dinheiro sem sequer registrar entrada ou saída no caixa, nos Comprovantes ou no Guia de Remessa. Isso é muito perigoso. O Manual da Igreja é claro: nada de Caixa 2! Isso serve para todos os Departamentos. Por que muitos fazem isso? Provavelmente para agilizar o processo, evitar a burocracia, garantir que o material de construção seja comprado e as contas pagas, para que o trabalho saia com rapidez. Mas para quê a pressa? Se a Igreja trabalhar com um Orçamento e um Planejamento, não se pode fazer exatamente as mesmas coisas dentro do prazo combinado? É claro que sim. Deus não é um Deus de pressa e afobação, mas de Ordem e Decência. Com um Plano de Doação Sistemática, nosso compromisso se elevará até o trono de Deus, e não até um ou outro projeto esporádico.

e) Sobrecarga de Responsabilidades . Há em certas congregações os que sempre estão descontentes com alguma coisa. Se há qualquer desconfiança quanto ao uso dos recursos então, é motivo para um levante contra a liderança, ou contra o pastor, a Associação ou contra o próprio sistema de Dízimos. É claro que se houver desonestidade comprovada, ou mera ambição pessoal pelo cargo ou pela idéia de ter “poder”, isso alimentará os que assim argumentam. Mas quero usar esse espaço para chamar aqueles que crêem que algumas pessoas estão detendo muito “poder”, para refletirmos no seguinte fato: Isso não seria evitado se mais pessoas se comprometessem a assumir responsabilidades na Igreja através de um único cargo, pelo menos? É fácil apontar para os erros de fulano ou beltrano, mas na hora que a Igreja me chama para assumir um departamento, por que não aceitar, vestir a Camisa e sair à batalha? Porque é uma luta fazer a Igreja crescer de verdade. É uma luta tremenda conseguir despertar do Sono os que estão dominados pela indolência e desnutrição espiritual para que se ajudem. É por causa daqueles que fogem das responsabilidades que muitos acabam assumindo excesso de responsabilidades. Vamos mudar? Deus o chamou neste ano? Diga sim para Jesus!!!

f) Problemas Espirituais . Mesmo que todos os problemas anteriormente citados sejam resolvidos, ainda haverá pessoas relutantes quanto ao se dever de dar Ofertas além dos Dízimos. Isso se deve basicamente a um problema espiritual. É o coração dividido. Na verdade, a maior parte dos artigos e sermões sobre o assunto se detém nesse ponto, digamos... crucial. Pra ser sincero, é questão de vida ou morte espiritual. Então é bem sério! Ellen G. White dedica muitas páginas ao assunto em livros como Conselhos Sobre Mordomia, além de outras citações, particularmente nos Testemunhos para a Igreja. Mas é na Bíblia que vemos a abordagem mais direta sobre o assunto. E mais: Se contarmos as vezes que Jesus mencionou assuntos de dinheiro, veremos que Ele falou mais sobre isso do que outros temas da Salvação. Por quê? Porque isso tem relação direta com a nossa situação espiritual. No Sermão do Monte o trecho mais contundente sobre isso está em Mt 6:19-21. Ali Cristo nos chama para acumularmos Tesouros no Céu, não porque Ele queira mais Prata ou Ouro por lá, mas porque quer que nós estejamos lá. O Motivo da advertência é simples: “onde está o teu Tesouro, aí estará também o teu coração.”

Amando a Deus acima de todas as coisas, faremos de nossa amizade com Cristo nosso maior Tesouro, e o desejo de vê-lo Voltar determinará nossas verdadeiras prioridades. Um dos melhores termômetros da Fé e espiritualidade de uma pessoa é o assunto da Fidelidade a Deus na administração dos recursos. Quando isso não acontece, sempre veremos desculpas para não contribuir. Sempre as nossas necessidades estarão acima das da Obra de Pregação do Evangelho e da Conservação dos Salvos.

Conclusão

Pense, mas decida também. E não é só isso. Aja. (Imperativo do verbo Agir) Há algo para mudar no modo como lidamos com esse assunto. Precisamos encará-lo de frente e não fugir dele.

Se você é um Cristão, imagine-se parado à Beira do Caminho, pensando no assunto. Ainda há muito chão pela frente. Então Jesus chega e diz:

- Então, vamos continuar?

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